Futebol, o (novo) ópio do Povo

As bandeiras já esvoaçam à janela, a velha camisola das quinas já saltou do armário de onde se encontrava esquecida, apertam-se os cascois. Pois a partir de amanha, todos os problemas de Portugal serão esquecidos…pelo menos por 3 semanas.

Somos todos dias fantoches nas mãos das grandes gasolineiras que desdobram os seus lucros em cartéis, fazendo com que estejamos cada vez mais pobres, o nosso governo embora tenha conhecimento da ilegalidade da prática não toma qualquer medida, visto estar mais interessado no imposto derivado dos combustíveis.

As grandes companhias estrangeiras beneficiando da preferência dos portugueses arrasam o comércio tradicional levando à falência vários espaços comerciais “made in Portugal”, mas nada de isso interessa quando podemos comprar na “Zara” ou afins uma camisola e um par de meias “foleiras” nas cores da moda por 20€, não tendo qualquer importância se o capital humano não terá direito a mais do que 3 anos de contrato e verá o seu prazo de validade se esgotar subitamente.

Milhares de portugueses vêm diariamente os seus bens penhorados por não ter conseguido pagar os seus créditos, vêm as suas famílias ficarem na rua ou ao abrigo de alguma instituição. 30% da População portuguesa está endividada, o crédito bonificado foi rejeitado aos jovens e os anúncios de “dinheiro fácil” são os que ocupam a maior parte do horário nobre da televisão portuguesa.

A ASAE fecha diariamente negócios portugueses de créditos firmados muitas das vezes com argumentos insuficientes, embora todos os dias brotem em todas as esquinas lojas e restaurantes chineses que não tem contabilidade organizada, não tem condições mínimas e que mais se assemelham a simples contrabandistas.

Todas as semanas podemos acompanhar nos media, a deslocação de empresas que coabitam em Portugal a alguns anos para os novos países da União Europeia, deixando para trás milhares de funcionários desempregados e alguns sem os seus direitos.

Mas, falando do que interessa, quantos golos marcará o Ronaldo neste Europeu?
Somos um povo muito porreiro, mas muito alienado.

Ainda assim, esperemos que os rapazes consigam dar uma alegria a Portugal, pois que de tristes “fados” já estamos fartos.
Força Portugal!